A preparação de receitas por um chef de cozinha depende de diversos ingredientes e processos — e é preciso unir todos eles para que o resultado seja um prato de qualidade, servido conforme o planejado. Pensando na comunicação de uma marca, esse exemplo se relaciona ao Mix de Marketing!
O uso dessa abordagem já ajudou diversas empresas a obterem melhores resultados de posicionamento e vendas. Porém, assim como o mercado e os consumidores, ela evoluiu!
Tem interesse em conhecer o que o Mix de Marketing pode oferecer agora, em todas as suas formas? Me acompanhe!
O conceito de Mix de Marketing
Assim como uma receita é composta por diversos ingredientes, o Mix de Marketing é um conjunto de elementos que orientam a estratégia do negócio nesse sentido.
Ele também serve como uma espécie de receita, indicando como se planejar e agir para alcançar os resultados desejados!
Apesar desse termo ter sido criado na década de 1950, ele tem passado por constantes evoluções. Uma delas se refere ao Marketing Digital, que passou a ter mais relevância nas estratégias para alcançar e converter o público.
Também é interessante considerar que há diversos fatores que podem interferir no Composto Mercadológico (como o Mix de Marketing também é conhecido). Alguns deles são características de mercado, como demografia, economia e concorrência.
Os 4 Ps do Marketing
Para realmente entender o Mix de Marketing, é essencial conhecer os 4 Ps do Marketing.
Essas são as bases da metodologia, que foram definidas entre as décadas de 1950 e 1960. Na prática, respondiam às necessidades da época!
Como as estratégias eram offline e focadas nos canais tradicionais de comunicação, como o rádio e posteriormente a TV, os 4 Ps formavam uma receita de sucesso.
E, mesmo com as transformações ao longo do tempo, os pilares dessa proposta ainda fazem sentido!
Conheça o conceito por trás de cada pilar do Mix de Comunicação:
Produto
O P de produto se refere ao item ou serviço que será oferecido pela empresa ao público de interesse.
Eu diria que ele é o P mais importante porque pode interferir em todos os outros! Afinal, a estratégia de um produto de luxo ou personalizado é diferente de um item acessível, por exemplo.
Ao tratar do produto, portanto, é essencial responder a questões como:
- Para qual segmento de mercado o produto será oferecido?
- Como esse produto será posicionado no setor?
- Qual é o seu ciclo de vida?
- Como ele se conecta aos outros produtos da marca?
Nessa etapa da definição estratégica sobre o produto, é possível utilizar ferramentas como a pesquisa de mercado para entender as necessidades e preferências do público, por exemplo.
Também é possível utilizar outros recursos, como a análise SWOT e a avaliação de concorrentes.
Dica: Como entender as necessidades do seu cliente + Planilha Gratuita: Perfil Ideal de Cliente
Preço
O P de preço indica qual será a quantia que o cliente precisará desembolsar para adquirir o produto ou contratar o serviço.
Seu uso envolve questões como a estratégia de precificação, os custos envolvidos e até a sensibilidade do consumidor aos preços.
As ferramentas aqui que podem ser usadas incluem os instrumentos financeiros do negócio, como relatórios de despesas.
Também é possível utilizar recursos como a previsão de demanda, as pesquisas de preço e a precificação dinâmica.
Praça
O P de praça também é conhecido como distribuição, sendo ligado aos canais e métodos que servem para fazer com que o produto ou serviço chegue ao público.
A decisão de criar uma loja virtual, por exemplo, tem a ver com a definição da praça do produto!
A definição da praça considera elementos variados como a cobertura geográfica desejada. Ainda vale pensar em quais são os canais de distribuição disponíveis e como será o planejamento logístico.
Já as ferramentas incluem a avaliação de pontos de venda, para o caso de produtos físicos. Também há a gestão de estoque e o mapa de canais, por exemplo.
Promoção
Por fim, o P de promoção tem a ver com as estratégias de comunicação que serão usadas para atrair, educar e converter clientes.
Para definir como ele funcionará, diversos fatores devem ser considerados, como:
- Os objetivos de comunicação;
- O posicionamento de marca e do produto;
- O segmento de audiência desejado;
- O orçamento disponível.
Como comentei, na época da criação do conceito de Mix de Comunicação, a promoção era muito focada na publicidade tradicional. Porém, hoje podemos pensar em questões que envolvem o Marketing Digital, o Marketing de Conteúdo, eventos e diversas outras estratégias!
A expansão digital para os 8 Ps
Por falar no Marketing Digital, ele foi um dos grandes responsáveis pela expansão do modelo de 4 Ps. Foi assim que surgiu o Mix de Marketing de 8 Ps, incluindo conceitos adicionais à estratégia a ser elaborada.
Essa questão também tem a ver com um foco cada vez maior no cliente e em suas reais necessidades — não apenas no que ele diz querer!
Uma das frases mais famosas nesse sentido foi atribuída a Henry Ford, responsável por transformar a indústria automobilística e a forma de produção:
“Se eu tivesse perguntado às pessoas o que elas queriam, elas teriam dito que desejariam cavalos mais rápidos.”
Logo, o aumento do acesso aos veículos motorizados poderia não ser o foco, já que os potenciais clientes não sabiam que precisavam deles. Porém, uma vez que passaram a estar disponíveis, o sucesso ocorreu!
Outro caso emblemático é o de Steve Jobs, com a Apple. As pessoas não queriam, necessariamente, um iPhone ou um iPod.
Mas, a partir do lançamento desses produtos, a empresa passou a atender uma necessidade latente, mudando o mercado!
Assim, a chegada dos 8 Ps não torna os 4 Ps obsoletos. Em vez disso, é possível ter uma visão em que eles se complementam, sendo o mais importante focar em atender o público.
Com isso em mente, conheça os outros 4 Ps:
Pessoas
O P de pessoas trata do papel fundamental das pessoas internas e externas para o sucesso das estratégias.
Internamente, estamos falando tanto dos especialistas de Marketing quanto de quem cuida do atendimento ao cliente, por exemplo. Externamente, o foco é o público-alvo.
As ferramentas que podem ser usadas nesse sentido incluem a avaliação de performance do time e as pesquisas de satisfação.
Também fazer pesquisas de mercado, desenvolver o perfil do público e conhecer profundamente seus anseios e necessidades são pontos fundamentais!
Dica: Como transformar clientes em fãs?
Processos
O P de processos se conecta aos fluxos de trabalho e atividades que ajudam a encantar os clientes e criar valor para eles.
É preciso trabalhá-los no mapeamento de processos e na padronização, de modo a construir uma imagem positiva da marca.
Para tanto, vale considerar o uso de diagramas de processos e de ferramentas para a gestão de qualidade.
Metodologias de gerenciamento também são bem-vindas, enquanto o benchmarking ajuda o negócio a entender como ele se posiciona perante os concorrentes nesse sentido!
Posicionamento
Por sua vez, o P de posicionamento tem a ver com a percepção dos clientes sobre o produto, serviço ou marca.
O uso desse P é útil na hora de definir a proposta única de valor e de encontrar os diferenciais do negócio, por exemplo.
Para utilizar esse pilar de forma robusta, é comum utilizar outras ferramentas que citei aqui, como a matriz SWOT — mas agora com foco no posicionamento.
O benchmarking e até a realização de testes são igualmente úteis nesse sentido!
Performance
Especialmente por causa do Marketing Digital, é preciso considerar o P de performance, o qual se relaciona à mensuração e análise dos resultados.
Com o uso de métricas e indicadores-chave, fica mais fácil entender quais são as estratégias mais efetivas. Além disso, conhecer o retorno sobre investimento (ROI) é essencial!
Quanto às ferramentas, é possível utilizar recursos de automação de Marketing e de acompanhamento de resultados, como plataformas de análise.
Em um contexto offline, pesquisas, feedbacks dos clientes e relatórios de vendas se destacam.
A mudança para os 4 Cs do Marketing
Apesar de ter ocorrido a evolução dos 4 Ps do Marketing para os 8 Ps, eles não são o destino final!
Novas mudanças aconteceram nos últimos anos, levando aos 7Ps do Marketing, após a retirada da performance desse composto. Além disso, houve a adaptação para os 4 Cs do Marketing.
Essa é uma mudança que reflete a tendência de se voltar cada vez mais para os clientes — assim como fizeram Ford, Jobs e tantos outros, mesmo antes dessa evolução.
Veja como esses fundamentos podem ser explorados!
Cliente
É claro que deveríamos começar com o C de cliente, um pilar que se volta às necessidades, desejos e preferências de quem compra.
Isso também envolve traçar a jornada do cliente, bem como fazer a segmentação. A partir disso, é possível tanto antecipar necessidades como personalizar suas ações.
Os mapas de empatia são bem úteis para verificar as emoções do público e entender seus comportamentos.
Além deles, há pesquisas de mercado e o uso de ferramentas digitais, como o customer relationship manager (CRM).
Custo
O C de custo contempla o custo total do produto ou serviço para o cliente, indo além do preço.
Questões como a necessidade de manutenção ou a dificuldade de aquisição podem aumentar essa questão.
Porém, o custo também pode servir para agregar mais valor para a Experiência do Cliente!
Trabalhar com esse C envolve ferramentas como a matriz de custos totais, de modo a entender quais são os números completos para o cliente.
Ainda vale compreender o custo-benefício oferecido e acompanhar a sensibilidade do público ao preço.
Conveniência
Um dos Cs de Marketing mais importantes é o da conveniência. Recorrer a ele significa trabalhar para eliminar fricções na experiência, garantindo que ela seja simples e vantajosa para quem compra.
O foco está na eficiência das diversas etapas, desde a distribuição entre canais até o atendimento ao cliente.
Mapear a jornada do cliente também costuma ser útil aqui, já que ajuda a entender o processo de decisão.
A atuação omnichannel também merece atenção, já que ela serve para tornar a compra ainda mais conveniente!
Dica: Canais de Marketing Digital: como distribuir um conteúdo adequadamente?
Comunicação
O C de comunicação substitui ou complementa o pilar de promoção e tem a ver com a abordagem ao cliente por parte da empresa.
Esse C é especialmente voltado para a construção de mensagens e para garantir que elas cheguem às pessoas certas!
As ferramentas são especialmente relacionadas ao Marketing Digital, como a presença em redes sociais ou o uso do Marketing de Conteúdo.
Outras ferramentas, tanto online quanto offline, também estão disponíveis e podem ser consideradas.
Integrando o Mix de Marketing na estratégia digital
Já que o Mix de Marketing tem se transformado com as mudanças do mercado, faz sentido incorporá-lo à estratégia digital. Afinal, mesmo que o conceito tenha surgido com o Marketing tradicional, ele se adapta ao SEO, por exemplo, entre tantas outras estratégias!
Um exemplo disso é o iFood, uma das maiores empresas brasileiras. Ao trazer produtos e restaurantes catalogados e categorizados em um só lugar, o aplicativo garantiu mais conveniência para a experiência do cliente!
Com isso, se tornou mais fácil filtrar opções, escolher, fazer um pedido, pagar e receber no endereço desejado. A estratégia de atuação envolve os principais pilares do Mix de Marketing, sem deixar de focar as atenções no cliente.
Outro exemplo é o Uber. Com o aplicativo, tornou-se possível pedir um transporte particular que vá até você, o que nem sempre é viável com táxis. Além disso, a empresa surgiu com uma proposta de elevar a experiência, o atendimento e o conforto.
Ao solucionar desejos específicos da audiência, a empresa causou uma disrupção no mercado e tornou-se líder global!
Logo, há muitas formas de realizar a integração do Mix de Comunicação à atuação digital!
A importância do omnichannel no mix de comunicação
Você já viu que os canais são essenciais na estratégia de Marketing, em especial considerando os 4 Cs do Mix. Mais que tê-los separados, vale a pena implementar o omnichannel para integrar canais.
Por meio dessa estratégia, é possível apresentar ao cliente uma experiência consistente em todos os pontos de contato.
Além de isso favorecer a comunicação, é uma forma de aumentar a conveniência e de atender às necessidades específicas das pessoas — completando os 4 Cs do Marketing!
O Mix de Marketing deve ser uma estratégia unificada!
Como mostrei, o Mix de Marketing evoluiu com o mercado, trazendo novas possibilidades para chegar até o público.
No entanto, é preciso compreender que não basta usar a abordagem de forma isolada, de modo que as estratégias de Marketing devem estar alinhadas com os outros setores da empresa.
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