Há poucos dias atrás estava lendo um rico artigo sobre a Transformação Digital, um movimento tecnológico que vem abraçando todos os setores da economia e da sociedade.
Uma pesquisa profunda, “The current state of digital readiness in retail”, feita entre os vários participantes deste setor no mundo, detectou que a grande maioria das empresas está muito preocupada com o avanço tecnológico e suas transformações. Elas buscam, em especial, aquelas voltadas para o cliente, em como podem lhes atender melhor, aproveitando toda esta disponibilidade tecnológica que já se antevê.
Máquinas que aprendem, e o fazem em profundidade, sendo capazes de minerar de forma inteligente os grandes dados, retirando padrões que, estatisticamente, permitem definir modelos de um lado e de outro. Máquinas que têm o poder de monitorar um padrão individual a ponto de perceber desvios de comportamento ou criar um estímulo fortalecedor dos comportamentos considerados interessantes, já atuam freneticamente em nossas vidas.
Colaboradores: o verdadeiro motor de qualquer organização
Chamou-me a atenção, porém, um dado muito interessante, ou talvez deva dizer muitíssimo importante, que está passando desapercebido por 90% dessas empresas. Elas estão tão preocupadas com o cliente que se esquecem do principal motor de qualquer organização, as pessoas que nela trabalham, que a fazem existir e a fazem produtiva, no final de tudo.
Naturalmente, não estou afirmando que os clientes não são importantes, claro que são, e já dizia Sam Walton, fundador do Walmart, que os clientes são o princípio e o fim de todo propósito de uma empresa, são o verdadeiro patrão, o que é bem verdadeiro.
Entretanto, não podemos esquecer que qualquer empresa, para cumprir com sua Missão, seu propósito maior de atender às necessidades e anseios destes mesmos clientes e outros, necessita de pessoas que estejam completamente comprometidas com este propósito.
Ainda que a Inteligência Artificial, robotização e máquinas inteligentes, estejam em franca rota de substituição acelerada da maioria das funções operacionais repetitivas e mesmo até de funções intelectuais de alta qualificação, pessoas continuarão a ser o motor de qualquer organização.
Endomarketing: por que investir nessa estratégia?
Voltando à pesquisa acima citada, comprovou-se que o retorno do investimento tecnológico feito por estas empresas para seus clientes tem um ROI que é somente metade do que obteriam com o mesmo investimento em tecnologias que atendessem a seus colaboradores.
Dica: O que é ROI e qual a importância disso para minha empresa?
Ora, se investir em algoritmos que facilitam o trabalho dos colaboradores pode trazer tal resultado, imagine então se as empresas investirem no endomarketing, na boa comunicação e no bom relacionamento com todo o seu público interno, estimulando o diálogo e a troca de informações entre estes mesmos e a gestão executiva, buscando a excelência.
Sim, porque se o Marketing, como definiu Kotler, é a “arte de criar valor genuíno para os clientes”, então o Endomarketing é a arte de criar valor genuíno para o público interno da organização, aí incluídos os colaboradores, os acionistas e os fornecedores.
A eficácia dessa relação passa pela valorização das pessoas como indivíduos e cidadãos, contribuindo para a educação, a formação e a transformação de cada integrante da organização, e não só pela informação dos objetivos empresariais, mais voltados para os interesses organizacionais, estratégias, conteúdos e linguagens.
A importância de uma relação colaborativa entre organização e colaborador
Em uma época em que as organizações comemoram a disponibilidade tecnológica em substituição às pessoas, como antevisto pelo futurista Ray Kurzweil, tola é a liderança que não consegue perceber que os que ficarem deverão ser especialmente considerados, mantidos e estimulados, portadores que serão de características altamente valorizadas.
E, como tem-se por certo que as pessoas mais produtivas são aquelas com uma visão mais ampla, inovadoras e possuidoras de características mais empreendedoras, caberá às organizações se comunicarem com seu público interno considerando tal premissa, ao invés de simplesmente informar em via única, ação que não será absorvida e nem terá qualquer valor.
Em um mundo que já se mostra completamente colaborativo, o mínimo de expectativa que os colaboradores possuam em relação à organização à qual pertençam (ou participem), é uma relação que faça jus à definição deles por natureza, ou seja, colaborativa.
Não se espera mais que a relação da empresa com seus colaboradores possa fluir baseada em comunicações unilaterais, que não geram quase nenhum valor para os públicos envolvidos e nem conseguem acessar o interesse destes participantes.
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O ambiente deve ser adequado
Se uma empresa quer de fato desenvolver uma relação profícua com seus colaboradores, deve procurar desenvolver uma comunidade bastante interativa, onde todos têm o direito de se manifestar aberta e livremente, sem medo, de ambos os lados.
Para isto, a organização precisa estar preparada para ofertar um ambiente que proporcione tais possibilidades, que desenvolva uma cultura que valorize o espírito empreendedor, não no discurso, mas de forma real, nas ações cotidianas, e que exale confiança no colaborador, fomentando a criatividade e a inovação, sem sufocá-lo, tanto no pensar quanto no expor e agir.
Finalizando, na era da Transformação Digital, o Endomarketing, como o conhecemos hoje, desaparecerá, ou passará, ele também, por uma transformação cultural, refletindo a própria mudança de cultura da empresa e de sua nova visão de mundo.
Endomarketing deverá, então, ser gerado e gerido baseado nas oportunidades estimuladas, nos valores de todos os envolvidos, na participação plena e na crença verdadeira de que estão, todos, contribuindo para o crescimento e aprimoramento mútuo, contínuo e frutuoso, inclusive da sociedade na qual se encontram inseridos.
Quem sabe, deixando a própria Rede fluir e cuidar disto?
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